sábado, 9 de agosto de 2014

Teoria da Extero-Gestação



Os bebês humanos estão entre os mais indefesos de todos os mamíferos. Por causa do maior tamanho do cérebro e do fato de que o tecido nervoso necessita de mais calorias para se manter que qualquer outro, grande parte do alimento ingerido é gasto em prover nutrição e calor para as células nervosas. Mais significante é o fato de que nossos bebês necessitam nascer mais cedo do que deveriam, com seus cérebros ainda não totalmente desenvolvidos. Se o bebê humano nascesse já com o sistema nervoso central amadurecido, sua cabeça não passaria pela pelve estreita da mãe no momento do parto. Ao contrário de outros mamíferos, como girafas e cavalos, o recém-nascido humano é incapaz de andar por um longo período após o nascimento, porque lhe falta o aparato neurológico maduro para tanto. O custo primal de ter um cérebro grande é que nossos filhotes nascem extremamente dependentes e em necessidade constante de cuidado.


O crescimento do nosso cérebro após o nascimento é mais rápido do que o de qualquer outro mamífero e segue neste ritmo por 12 meses.

A seleção natural demanda que pais humanos cuidem de seus filhos por um longo período e que os filhos dependam dos pais. Esta necessidade mútua traduz-se em um estado emocional chamado “apego”.

Em algumas culturas, como na tribo !Kung, bebês raramente choram por longos períodos e não há sequer uma palavra que signifique “cólica”. As mães carregam os bebês junto ao corpo, com um aparato semelhante a um “sling”, mesmo quando saem para a colheita. A relação mãe-bebê é considerada sacrossanta, eles permanecem juntos o tempo todo. O bebê tem livre acesso ao seio materno e vê o mundo do mesmo ponto de observação que sua mãe.

Nossa cultura ocidental não permite um estilo de vida idêntico ao de tribos primitivas, mas podemos tirar lições valiosas sobre como ajudar nossos bebês na adaptação à vida extra-uterina.

Nos primeiros 3 meses de vida, o bebê humano é tão imaturo que seria benéfico a ele voltar ao útero sempre que a vida aqui fora estivesse difícil.

É preciso compreender o que o bebê tinha à sua disposição antes do nascimento, para saber como reproduzir as condições intrauterinas. O bebê no útero fica apertadinho, na posição fetal, envolvido por uma parede uterina morninha, sendo balançado para frente e para trás a maior parte do tempo. Ele também estava ouvindo constantemente um barulho “shhhh shhhh”, mais alto que o de um aspirador de pó (o coração e os intestinos da mãe).

A reprodução das condições do ambiente uterino leva a uma resposta neurológica profunda “o reflexo calmante”. Quando aplicados corretamente, os sons e sensações do útero têm um efeito tão poderoso que podem relaxar um bebê no meio de uma crise de choro.

Os 5 métodos para acalmar um bebê até 3 meses de idade são extremamente eficazes SOMENTE quando executados corretamente. Sem a técnica correta e o vigor necessário, não adiantam em nada.


1. Pacotinho ou casulo (embrulhar o bebê apertadinho)

A pele é o maior órgão do corpo humano e o toque é o mais calmante dos cinco sentidos. Embrulhadinho, o bebê recebe um carinho suave. Bebês alimentados, mas nunca tocados, freqüentemente adoecem e morrem. Estar embrulhadinho não é tão bom quanto estar no colo da mãe, mas é um ótimo substituto para quando a mãe não está por perto.

Bebês podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que não mexam os braços. Eles se sentem confortáveis, “de volta ao útero”. Bebês mais agitados precisam mais de ser embrulhados, outros são tão calmos que não precisam.

Se o bebê tem dificuldade para pegar no sono, pode ser embrulhado apertadinho, não é seguro colocar um bebê para dormir com um cueiro solto. Não permita que o cueiro encoste no rosto do bebê. Se estiver encostando, o bebê vai virar o rosto procurando o peito, ao invés de relaxar.

Todos os bebês precisam de tempo para espreguiçar, tomar banho, ganhar uma massagem. 12-20 horas por dia embrulhadinho não é muito para um bebê que passava 24 horas por dia apertadinho no útero. Depois de 1 ou 2 meses, você pode reduzir o tempo, principalmente com bebês tranqüilos e calmos.


2. Posição de Lado

Quanto mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre as costas. Antes de nascer, seu bebê nunca ficou deitado de costas. Ele passava a maior parte do tempo na posição fetal: cabeça para baixo, coluna encolhida, joelhos contra a barriga. Até adultos, quando em perigo, inconscientemente escolhem esta posição.

Segurar o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda a acalmá-lo (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado na dobra do cotovelo do adulto, com braços e pernas livres, pendurados). Carregar o bebê num sling, com a coluna curvada, encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo efeito. Atualmente especialistas são unânimes em dizer que bebês NÃO DEVEM SER POSTOS PARA DORMIR DE BRUÇOS, pelo risco de morte súbita.

O bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo, como no útero, porque na verdade o útero é cheio de fluido e o bebê flutua, como se não tivesse peso algum. Do lado de fora, sem poder flutuar, virado de cabeça para baixo, a pressão do sangue na cabeça é desconfortável.


3. Shhhh Shhhh – O som favorito do bebê

O som “shhh shhh” é parte de quem somos, tanto que até adultos acham o som das ondas do mar relaxante. Para bebês novinhos, “shhh” é o som do silêncio. Ele estava acostumado a ouvir tal som 24 horas por dia, tão alto quanto um aspirador de pó. Imagine o choque de um bebê acostumado a tal som o tempo todo chegando a um mundo onde as pessoas cochicham e caminham na ponta dos pés, tentando fazer silêncio!

Coloque sua boca 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê e faça “shhh”, “shhh”. Aumente o volume do “shh” até ficar tão alto quanto o choro do bebê. Pode parecer rude tentar “calar” um bebê choroso fazendo “shh”, mas para o bebê, é o som do que lhe é familiar.

Na primeira vez fazendo “shhh”, seu bebê deve calar após uns 2 minutos. Com a prática, você será capaz de acalmar o bebê em poucos segundos. É ótimo ensinar isso aos irmãos mais velhos, que adorarão poder ajudar e acalmar o bebê.

Para substituir o “shhh”, pode-se ligar:

- secador de cabelos ou aspirador de pó
- som de ventilador ou exaustor
- som de água corrente
- um CD com som de ondas do mar
- um brinquedo que tenha sons de batimentos cardíacos
- rádio fora de estação ou babá eletrônica fora de sintonia
- secadora de roupas ligada com uma bola de tênis dentro
- máquina de lavar louças
O barulho do carro ligado também acalma a criança.


4. Balanço

“A vida era tão rica no útero. Rica em sons e barulhos. Mas a maior parte era movimento. Movimento contínuo. Quando a mãe senta, levanta, caminha e vira o corpo – movimento, movimento, movimento.” (Frederick Leboyer, Loving Hands)

Quando pensamos nos 5 sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato – geralmente esquecemos o sexto sentido. Não é intuição, mas a sensação de movimento no espaço.

Movimento rítmico ou balanço é uma forma poderosa de acalmar bebês (e adultos). Isso porque o balanço imita o movimento que o bebê sentia no útero materno e ativa as sensações de “movimento” dentro dos ouvidos, que por sua vez ativam o reflexo de acalmar.

Como balançar ?

1. Carregando o bebê num “sling” ou canguru;
2. Dançando (movimentos de cima para baixo);
3. Colocando o bebê num balanço;
4. Dando tapinhas rítmicos no bumbum ou nas costas;
5. Colocando o bebê na rede;
6. Balançando numa cadeira de balanço;
7. Passeando de carro;
8. Colocando o bebê em cadeirinhas vibratórias (próprias para isso);
9. Sentando com o bebê numa bola inflável de ginástica e balançando de cima para baixo com ele no colo;
10. Caminhando bem rapidamente com o bebê no colo.

Quando balançar o bebê, seus movimentos devem rápidos mas curtos. A cabeça do bebê não fica sacudindo freneticamente. A cabeça move no máximo 2-5 cm de um lado para o outro. A cabeça está sempre alinhada com o corpo e não há perigo de o corpo mover-se numa direção e cabeça abruptamente ir na direção oposta.


5. Sucção

No útero, o bebê está apertadinho, com as mãos sempre próximas ao rosto, sugando os dedos com freqüência. Quando nasce, não mais consegue levar as mãos à boca. A sucção não-nutritiva é outra forma de acalmar o bebê. A amamentação em livre demanda não é recomendada somente para garantir a nutrição do bebê e a produção de leite da mãe, mas também para suprir a necessidade de sucção não-nutritiva. Alguns especialistas orientam às mães a darem chupetas para isso, mas ainda que a chupeta seja oferecida ao bebê, não deve ser introduzida nas 6 primeiras semanas de vida, quando a amamentação ainda está sendo estabelecida. Há sempre o risco de haver confusão de bicos e o bebê sugar o seio incorretamente.

É importante lembrar que o bebê nunca chora à toa. O choro nos primeiros meses de vida é a única forma de comunicar que algo está errado. Ainda que ele esteja limpo e bem alimentado, muitas vezes chora por necessidade de aconchego e calor humano. Por isso, falar que bebê novinho (recém nascido até 3 meses ou mais) faz manha (no sentido de chorar para manipular “negativamente” os pais) não tem sentido, bebês novinhos simplesmente não tem maturidade neurológica para tanto.


Bibliografia:
The Happiest Baby on the Block, Dr. Harvey Karp, Bantam Dell, 2002. New York.
Our Babies, Ourselves: How Biology and Culture Shape the Way We Parent, Meredith F. Small, Anchor Books, 1998. New York.

Texto organizado por Flavia O. Mandic

sábado, 13 de julho de 2013

O céu e o som




O caminho do céu é
No caminho do som

Me ensina a voar, me ensina a cantar
Me ensina a voar, amor

Voar, voar

Há uma alma na asa no ar

Me ensina a voar, me ensina a cantar
Me ensina a voar, amor

Cantar, cantar

Quem foi que disse que a mulher não voa?
Quem foi que disse que essa mulher não soa?




domingo, 23 de junho de 2013

As dores e as delícias da Amamentação - manual

Ontem uma história de não amamentação me sensibilizou. Me fez pensar na necessidades de estarmos informadas, preparadas e devidamente apoiadas pra esse processo que nem sempre se estabelece facilmente. 
Então busquei informações sobre como se preparar pra amamentar e como atravessar os primeiros dias de amamentação, superando as dificuldades, descobrindo seu corpo, estabelecendo uma verdadeira forma nova de ser você. 
O assunto é tão vasto e importante que não cabe numa única postagem.
Por hora, vou usar o Manual do Ministério da Saúde: COMO AJUDAR AS MÃES A AMAMENTAR, publicando algumas partes que considero importantes pro momento e adicionando alguns comentários em itálico. E quem quiser ler o manual na íntegra é só clicar no título.



PORQUE AS MÃES PRECISAM DE AJUDA

Pode-se ouvir dizer “Amamentar é natural – por que então a mãe precisaria de ajuda?”. Algumas mulheres têm sorte e conseguem amamentar seus filhos sem nenhuma dificuldade. Entretanto, outras realmente necessitam de ajuda no início – especialmente com o primeiro filho, e, particularmente, se forem muito jovens.

(...) As mulheres na realidade não têm falta de leite. Podem estar ansiosas e não confiantes de que o leite materno por si só seja suficiente para o seu filho.
Talvez falte entusiasmo para realmente tentar. Algumas vezes, a criança não está sugando em boa posição.
Para amamentar com sucesso a mulher precisa se sentir confiante.

Isto significa que:
- ela precisa acreditar que pode amamentar; precisa saber que seu leite é tudo de que a criança necessita, e que suas mamas, qualquer que seja seu tamanho ou forma, produzirão leite adequado e em quantidade suficiente;
- precisa saber que mudanças vão ocorrer em seu corpo. Então, compreenderá que o que sente é normal.

Nas primeiras semanas após o parto, a mulher fica mais sensível e emotiva do que era antes. Isso aumenta sua capacidade de amar seu filho, mas também faz com que fique mais facilmente nervosa. Com freqüência tem muitas dúvidas sobre sua habilidade para cuidar da criança e facilmente segue conselhos de outras pessoas. Se há uma pequena dificuldade ou se alguém pergunta “Você tem certeza de que seu leite é suficiente?”, ela pode facilmente decidir abandonar o aleitamento materno. (esteja blindada contra 'pitacos', acredite no seu poder de amamentar e de cuidar do seu bebê!)

É muito importante entender o efeito da sucção na produção de leite.
Quanto mais sucção, maior a quantidade de leite produzido. Se a criança pára completamente de sugar ou se nunca começa, as mamas param de produzir leite.
As mamas produzem tanto leite quanto a criança precisa. Se a mãe quer aumentar a oferta de leite, deve estimular a criança a sugar um maior número de vezes e por mais tempo. (beber muito líquido, chá de erva-doce e manter-se tranqüila são outras dicas)
NÃO deve perder uma mamada para “economizar” leite - isto fará com que as mamas produzam menos.

(...) Qualquer desses sentimentos pode inibir o reflexo da “descida” do leite:
- se a mãe está preocupada ou com medo por alguma razão;
- se ela tem dor – especialmente se a amamentação for dolorosa;
- se ela estiver envergonhada.
Portanto, se a nutriz tem sentimentos positivos e confiança em sua capacidade de amamentar, o leite “desce” bem. Mas, se tem dúvidas, suas preocupações podem inibir a “descida” do leite.

A ocitocina ( hormônio responsável pela 'descida' do leite) faz com que o útero se contraia o que auxilia na eliminação da placenta. O aleitamento materno pode ajudar a parar o sangramento após o parto e reduzir o tempo em que a mulher perde os lóquios. No puerpério, a mãe pode sentir a contração do útero quando amamenta. A dor pode ser bem forte e é necessário informar que isto é normal e que desaparecerá. (essa dor é seu útero se contraindo, expulsando tudo que possa ter ficado lá dentro e retomando seu tamanho normal, ou seja, é benéfico!)

O ato da sucção
A criança não pega na boca apenas o mamilo. Abocanha a aréola e o tecido mamário situado logo abaixo, que contém os seios lactíferos.
Pode-se ver a ponta da língua da criança sobre o lábio inferior enquanto ela suga.
Para sugar eficientemente e conseguir leite, a criança precisa pegar uma quantidade suficiente da mama na boca de tal forma que possa pressionar com a língua os seios lactíferos. Algumas vezes, ela não consegue por si mesma. Tanto a criança quanto a mãe tem que aprender a fazer isso de forma correta.
Não é necessário tirar a criança da mama nem interromper a mamada depois de um certo tempo. Algumas crianças mamam mais rapidamente e outras, menos. Deixe a criança decidir quando quer parar de mamar.
Às vezes a criança não pega quantidade suficiente da mama na boca e suga somente o mamilo. Isto é chamado “sucção de mamilo” e é causa comum de problemas de aleitamento materno.

Sinais indicativos de que a criança está mamando em boa posição:
- Todo corpo da criança está encostado no da mãe e de frente para ela.
- O rosto da criança está perto da mama.
- O queixo está encostado na mama.
- A boca da criança está bem aberta.
- O lábio inferior da criança está virado para fora.
- Maior parte da aréola aparecendo acima do lábio superior da criança e menor parte aparecendo por baixo do lábio inferior.
- Pode-se ouvir a criança engolindo.
- Ela fica relaxada, feliz e satisfeita ao fim da mamada.
- A mãe não sente dor no mamilo.

Sinais indicativos de que a criança está mamando em má posição:
pega errada

- Seu corpo pode estar muito longe do corpo da mãe.
- Seu queixo está separado da mama.
- Sua boca parece fechada
- Pode aparecer grande parte da aréola, especialmente abaixo do lábio inferior.
- Toma pequenos goles muito rapidamente.
- Faz manha ou recusa a mama porque não consegue leite suficiente.
- A mãe pode sentir dor no mamilo.






Sucção por prazer: como orientar a mãe
- A criança precisa sugar tanto por prazer, quanto para obter alimento.
-NÃO precisa de mamadeira ou suplemento. (nem de chupetas!)
- Deve sugar por mais tempo na mama, se chorar. 
- Se realmente estiver com fome ou sede, a sucção fará com que a quantidade de leite aumente.
- O calor, a proximidade da sucção vão acalmar a criança que estiver agitada e irritada.

O leite materno está sempre em perfeitas condições para a criança, mesmo que a mãe esteja doente, menstruada, grávida ou desnutrida.

Colostro
Nos primeiros dias depois do parto as mamas secretam colostro. O colostro é amarelo e mais grosso que o leite maduro e é secretado apenas em pequenas quantidades. Mas isto é suficiente para a criança normal e é exatamente aquilo de que precisa para os primeiros dias.
Contém mais anticorpos e mais células brancas que o leite maduro.
Dá a primeira “imunização” para proteger a criança contra a maior parte das bactérias e vírus.
O colostro é também rico em fatores de crescimento que estimulam o intestino imaturo da criança a se desenvolver. O fator de crescimento prepara o intestino para digerir e absorver o leite maduro e impede a absorção de proteínas não digeridas. Se a criança recebe leite de vaca ou outro alimento antes de receber o colostro, estes alimentos podem lesar o intestino e causar alergias.
O colostro é laxativo e auxilia a eliminação do mecônico (primeiras fezes muito escuras). Isto ajuda a evitar a icterícia.

Leite maduro
Em uma ou duas semanas, o leite aumenta em quantidade e muda seu aspecto e composição. Este é o leite maduro que contém todos os nutrientes de que precisa para crescer. O leite materno maduro parece mais ralo que o leite de vaca, o que faz com que muitas mães pensem que seu leite é fraco. É importante esclarecer que esta aparência aguada é normal e que o leite materno fornece água suficiente, mesmo em climas muito quentes.

A composição do leite muda durante a mamada.
O leite do começo surge no início da mamada. Parece acinzentado e aguado. É rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água.
O leite do fim surge no final da mamada. Parece mais branco do que o leite do começo porque contém mais gordura. A gordura torna o leite do fim mais rico em energia. Fornece mais da metade da energia do leite materno.
A criança precisa tanto do leite do começo quanto do leite do fim para crescer e se desenvolver. É importante deixar que ela pare espontaneamente de mamar. A interrupção da mamada pode fazer com que receba pequena quantidade de leite do fim.

Como começar o aleitamento materno
Os primeiros dias após o parto são muito importantes. Se a nutriz for orientada e se a criança ficar junto dela desde o pós-parto, terá maiores chances de amamentar com sucesso.
A primeira mamada
- Logo que nascer, deixe a mãe segurar a criança próximo a ela. (é seu direito amamentar o bebê na primeira hora de vida!) Se for possível, deve-se manter ambos sem roupa para facilitar o contato pele apele. Enxugue a criança e cubra tanto ela quanto a mãe para manter o aquecimento.
- Estimule a mãe a deixar a criança sugar. Não há necessidade de forças.
- As primeiras horas após o parto são as mais importantes para estabelecer o vínculo mãe-filho. Isto auxilia a mãe a amar e cuidar do filho. A mãe terá maiores possibilidades de amamentar por tempo prolongado. Se ocorrer alguma demora para iniciar a amamentação, mesmo que seja por poucas horas, o aleitamento materno terá maiores chances de falhar.
- A sucção estimula a produção de ocitocina que auxilia na eliminação da placenta e para a hemorragia. A criança recebe o colostro que é muito importante. Iniciar o aleitamento materno precocemente facilita o aprendizado da sucção em boa posição.

Praticamente não há problemas para a criança dormir na mesma cama em que a mãe. Ela não irá deitar sobre a criança a não ser que esteja muito doente, sedada ou bêbada. Atualmente já se sabe que a “morte do berço” (morte súbita) pode ocorrer onde quer que a criança durma. Isto não é devido ao fato de a mãe deitar sobre a criança. (procure saber mais sobre cama compartilhada, facilita muito a amamentação e torna as noites muito mais tranquilas pra mãe, pro pai e pro bebê, além de aumentar ainda mais o vínculo entre os três)

Livre demanda
Deixe a mãe pegar e amamentar toda vez que a criança quiser. Isto é chamado de livre demanda. As crianças podem mamar muito irregularmente no começo. Podem mamar com muita freqüência por um dia ou dois; podem mamar apenas algumas vezes por dia durante alguns dias. Cada criança é diferente, mas a maioria adquire um certo ritmo depois de uma ou duas semanas. Fazer com que uma criança mame apenas em horas determinadas interfere no aleitamento materno.
Mamadas freqüentes, desde logo após o parto, estimulam a produção de prolactina e apressam a “descida” do leite. A livre demanda previne muitos problemas, como o ingurgitamento mamário.
Pesquisas recentes mostram que crianças que mamam devagar conseguem a mesma quantidade de leite que aquelas que mamam mais depressa. Se você interromper a mamada de uma criança vagarosa antes que ela termine, ela poderá receber quantidade insuficiente de leite. Poderá não receber o leite do fim, rico em calorias necessárias para que cresça adequadamente.

Perigos do uso de outros alimentos antes da mamada
A criança
– Pode se recusar a mamar porque o alimento artificial eliminou a sensação de fome ou sede.
– Pode deixar de receber colostro.
- Poderá ter diarréia e outras infecções principalmente se o alimento artificial estiver contaminado.
- As alergias são mais comuns se a criança receber leite de vaca precocemente.
- Poderá apresentar “confusão de mamilo” se receber alimentos por mamadeira.

Algumas mães tentam fazer com que seus filhos durmam toda a noite sem mamar. É melhor que a mãe amamente durante a noite enquanto a criança quiser. A melhor maneira é deixar que a criança durma com a mãe para facilitar a amamentação.
A mamada noturna aumenta o tempo em que a criança pode sugar. A prolactina (hormônio que ‘produz’ o leite) é secretada em maior quantidade durante a noite do que durante o dia. Isto:
- ajuda a manter a produção láctea;
- é especialmente útil para as mães que trabalham fora. A criança recebe a maior parte do leite de que precisa durante a noite e, portanto, precisará de menos leite durante o dia.
- é importante para a anticoncepção.
Crianças que utilizam a livre demanda, desde o nascimento, perdem menos peso do que aquelas amamentadas apenas em horários determinados.
Voltam também ao peso anterior mais rapidamente.

(...) Limpeza freqüente, principalmente com sabão, remove a lubrificação natural do mamilo e da aréola. A pele fica seca e pode apresentar fissuras (rachaduras) com mais facilidade.

Quando o leite “desce” as mamas podem ficar quentes, pesadas e duras. Podem ficar semelhantes a pedras. Isto é em parte devido à presença do leite em parte ao aumento da quantidade de sangue e fluidos nos tecidos que suportam a mama.
Na maioria dos casos as mamas estão simplesmente cheias. O leite continua a “descer” e a criança pode mamar normalmente. A mãe deve amamentar freqüentemente para retirar o leite. Se as mamadas não aliviam o peso, a mãe poderá usar a expressão manual para retirar um pouco de leite.
Depois de alguns dias, sentirá as mamas mais vazias. Mesmo assim, a nutriz continuará produzindo leite em grande quantidade.
Algumas vezes, particularmente se o leite não for retirado em quantidade suficiente, as mamas podem ficar ingurgitadas. Mamas ingurgitadas são dolorosas. Ficam tensas e brilhantes por causa do edema (líquido) nos tecidos. O leite pode parar de “descer”.
Após alguns dias, o ingurgitamento costuma desaparecer. Entretanto, é necessário manter o apoio à nutriz e estimular para que continue a amamentar durante o período de ingurgitamento. 

Para tratar o ingurgitamento, retire o leite da mama
• Se possível, mantenha a criança sugando.
• Se a criança não sugar adequadamente, ajude a mãe a retirar o leite por expressão normal. 
• Quando conseguir retirar um pouco do leite, a mama ficará mais macia. Assim, a criança poderá sugar mais eficientemente.
• Se a criança não conseguir sugar de forma alguma, dê em uma xícara o leite materno retirado por expressão.
• Continue com a expressão (ordenha), tão freqüentemente quanto for necessário, para que as mamas fiquem menos dolorosas, até que o ingurgitamento desapareça.
Se um duto bloqueado ou ingurgitado não for desobstruído, o tecido mamário poderá infectar. Parte da mama fica vermelha, quente, inchada e amolecida. A mulher tem febre e não se sente bem. Isto é mastite.

Como tratar um duto bloqueado
Trate cuidadosamente o duto bloqueado para prevenir mastite e abscesso mamário. Freqüentemente fica desobstruído em um dia ou dois.
• Auxilie a mãe a melhorar a posição de mamada.
• Mostre à mãe as diferentes posições para amamentar de tal modo que o leite seja retirado de todos os segmentos da mama. Ela pode ficar sentada ao invés de deitada. Pode mudar a posição colocando a criança debaixo do braço.
• Mantenha a criança mamando freqüentemente do lado que estiver inchado.
• Ensine a mãe como massagear delicadamente a parte inchada em direção ao mamilo para ajudar a descansar e usar roupas largas. (sutiã de bojo duro deve ser evitado, mesmo antes de qualquer problema, porque machuca o bico)
• A mãe deverá descansar por mais tempo. Deverá tirar uma licença de seu emprego. Se continuar a trabalhar a infecção poderá retornar.
• Estimule a nutriz a continuar amamentando. É mais seguro continuar com o aleitamento materno, pois isto não fará a criança adoecer.
• Se a mãe não quiser amamentar do lado infectado, deve retirar o leite por expressão. Se o leite permanecer na mama, a infecção poderá piorar e o leite poderá secar completamente.

Para interromper a mamada:
- Espere que a criança solte a mama espontaneamente;
- Se a mãe tiver que interromper a mamada por alguma razão, deverá colocar o seu dedo suavemente na boca da criança para interromper a sucção.
- Aconselhe a mãe a expor os mamilos ao ar e ao sol, tanto quanto possível, no intervalo das mamadas. (banhos de sol são importantes mesmo antes do nascimento do bebê pro fortalecimento da pele dos mamilos)
- Aconselhe a mãe a deixar uma gota do “leite do fim” no mamilo após a mamada - isto facilita a cicatrização.

"Meu filho se recusa a mamar"
Este problema é sério e muito importante.
- Pode ser sinal de que a criança está doente.
- Às vezes a criança tem algum problema no nariz ou na boca.
Às vezes as mães pensam que a criança está recusando quando na verdade não está.
posição que acalma o bebê
principalmente se ele tem gases ou  cólica
- Algumas mexem a cabeça de um lado para outro quando tentam localizar o mamilo. Certas mães pensam que a está dizendo "Não"!.
- Outras crianças têm mais dificuldade para aprender a sugar.
A mãe pensa que ela não quer o leite.

Substâncias na alimentação da mãe
Pequenas quantidades de algumas substâncias na alimentação da mãe (por exemplo, leite de vaca ou café) podem passar inalteradas para seu leite.
Ocasionalmente, essas substâncias podem fazer mal para a criança e ela pode chorar. Quase todos os alimentos podem causar isso, de modo que não é possível aconselhar as mães sobre que alimentos evitar. Às vezes, a mãe observa que a criança passa mal quando ela come alguma coisa pouco habitual. Algumas vezes ajuda se a mãe parar de tomar leite de vaca.
• A nutriz deverá parar de ingerir leite com café ou com outros alimentos, pelo menos por duas semanas.


Algumas crianças choram mais porque precisam ser colocadas no colo e acariciadas mais do que outras (atenção, amor e carinho nunca são demais para um bebê).Gostam de sugar por prazer, mas realmente não precisam de quantidade maior de leite.
O choro LOGO DEPOIS da mamada não é devido à fome. A criança pode se comportar como se tivesse fome, por exemplo, chupando as mãos.
Se a mãe segurar no colo, a criança pode querer mamar e se vira em direção à mama porque sente o cheiro de leite, mas não está realmente com fome.
Freqüentemente a mãe conclui que a criança está com fome e que seu leite não é suficiente. Oferece um suplemento à criança.
Algumas crianças choram principalmente numa certa hora do dia, por exemplo, ao entardecer. Podem chorar todos os dias naquela hora até aproximadamente 3-4 meses de idade. Os médicos podem chamar de “cólicas” porque essas crianças encolhem os joelhos quando choram, como se tivessem dor abdominal.
- Às vezes é mais fácil outra pessoa acalmar a criança, por exemplo, a avó ou o pai. (assim a mãe descansa um pouco)
- Algumas vezes carregar a criança de barriga para baixo, sobre o braço, de tal forma que haja pressão sobre o estômago dela, ajuda muito.
Movimentos ritmados podem ajudar também. (no sling o bebê fica quentinho e aconchegado e ainda dá pra dar uma dançadinha ritmada que ajuda muito)
- O pai pode carregar a criança em posição vertical, encostada no seu peito, com a cabeça contra sua garganta, falando suavemente. Muitas crianças se acalcam com voz de homem em tom mais baixo. Esta é uma maneira do pai realmente ajudar. (o pai se beneficia tanto das vantagens do sling quanto a mãe)

• Mantenha a criança aquecida.
Crianças pequenas ficam frias facilmente, mesmo em climas quentes.
Crianças mal aquecidas gasta toda a energia obtida através da alimentação tentando manter o calor de seu organismo. Por isso, não ganha peso.

Discuta com a mãe como ela pode manter a criança aquecida. Um bom método é permitir que a criança durma com a mãe, enrolada no mesmo cobertor. Outro método consiste em carregar os RN de baixo peso por dentro da roupa, entre as mamas.
  (experimente usar o wrap sling sem blusa pra manter o bebê em contato direto com sua pele e livre pra amamentar quando preciso)







quarta-feira, 29 de maio de 2013

Sling - como usar e como não usar

O sling é um acessório maravilhoso, cheio de benefícios pra quem carrega e pra quem é carregado, parte mais importante desta história. Mas ele tem que ser seguro, tem que ser bem usado, não basta vestir algo que se chama sling, jogar o bebê lá dentro e sair andando.
Pra desfrutarmos de todos os seus benefícios com segurança devemos prestar atenção em alguns detalhes!
Fonte: pintrest.com

Qualquer sling deve segurar seu bebê da mesma maneira que você seguraria em seus braços.
Os slings, independente de modelo, geralmente são usados com o bebê na vertical com a barriga contra o seu peito (posição barriga com barriga).
A posição fisiológica de um bebê, seja no colo ou no sling, é de cócoras, coluna em C, joelhos acima da linha do bumbum, bacia fechada (as pernas podem e devem ficar abertas).
No sling o bebê deve estar numa altura que permita receber seus beijos, ou seja, acima do seu peito.
Esta foto ao lado foi feita pra ilustrar bem a posição correta do bebê, neste caso num wrap sling, mas o fundamento é basicamente o mesmo pra qualquer carregador de bebê.





Veja agora, traçado em vermelho, a posição da coluna do bebê curvada em C, o pescoço bem sustentado (essencial nos recém-nascidos), e as perninhas flexionadas, com os joelhos bem sustentados, acima da linha do bumbum. Essa posição de 'rã' ou 'sapinho' permite que a cabeça do fêmur fique perfeitamente encaixada dentro da articulação do quadril, isso previne e até resolve alguns casos de displasia de quadril.
Fonte: sarahockwell-smith.com
É importante dizer que até os 3 meses as perninhas ficam totalmente cobertas pela faixa mais externa do sling, e depois dos 3 meses as perninhas fica de fora como nas imagens abaixo.
Os bracinhos só ficam de fora quando o bebê já senta sozinho.

Fonte: letsling.blogspot.com.br























POUCH SLING

Fonte: lojacheiadevida.blogspot.com.br
No caso do Pouch Sling e do Sling de Argola, as posições mais recomendadas são a posição 'berço' (à esquerda) pra bebês pequenos, e sentadinho (abaixo) a partir do momento que o bebê senta sozinho.

As regrinhas citadas acima são as mesmas, coluna em C, perninhas flexionadas...
Na posição 'berço' o bebê fica de perninhas cruzadas e o queixo não pode tocar o peito, isso comprime as vias respiratórias!

Um cuidado importante a se ter com esses slings é a regulagem de tamanho, no caso do pouch ele deve ser exatamente da sua medida por não ter mecanismo de regulagem, e no sling de argola você deve ajustar bem para que o bebê fique na altura do beijinhos e justo ao corpo.

Lembre de deixar sempre o rostinho livre pra respirar, nunca no fundo do sling, abafado.


Veja como usar o Pouch Sling aqui neste vídeo da Cradle Carry.
Foto minha




AGORA QUE VOCÊ SABE COMO USAR UM SLING, VAMOS VER ALGUMAS DICAS DE COMO NÃO USAR.

O que você não deve fazer é carregar o bebê numa posição horizontal contra o seu quadril ou esmagado embaixo dos seus seios, mas é o que alguns carregadores forçam a fazer.
Veja no exemplo abaixo. Perceba a coluna reta e as perninhas penduradas em posições antifisiológicas prejudiciais ao bebê.
A comunicação também é quase impossível com tamanha distância entre o bebê e o rosto da mãe. O bebê deve sempre estar a altura dos beijinhos!

A posição das pernas e da coluna vertebral do bebê nesta posição faz mal para a saúde dele. Além disso, neste caso, os órgãos dos sentidos da criança ficam afetados pelo ambiente, o que prejudica o desenvolvimento dela.
A posição das pernas esticadas por um tempo longo sobrecarrega ou danifica as articulações, pode promover a formação da chamada displasia do quadril. Esta posição não vai causar lesões articulares imediatamente, a displasia do quadril é causada provavelmente também devido a uma predisposição inata. No entanto, em qualquer caso, a posição quando a criança fica virada para frente faz mal para o desenvolvimento saudável da articulação do quadril, em vez de promovê-lo.


Fonte: zazou.com.br


Este modelo com elástico e base rígida (ao lado) geralmente deixa o bebê fechado lá dentro, podendo causar sufocamento por reter CO2 (produto da respiração) e dificultar a entrada de oxigênio.
Veja que a mãe precisa puxar a borda com elástico, caso contrário o sling se fecha totalmente.
Geralmente força o pescoço do bebê, fazendo com que ele encoste o queixo no peito, representando risco de obstrução das vias respiratórias. 
E ainda a base rígida causa desconforto para a coluna do bebê.


Você sempre deve ser capaz de ver o rostinho do bebê sem ter que abrir o sling pra isso, e ele deve sempre ser capaz de respirar livremente e com facilidade, com o pescoço reto e a cabeça em posição neutra (não encostando o queixo no peito).



Importante: Mesmo um sling projetado para ser seguro e confortável pode ser mal utilizado e assim prejudicar o bebê. Por isso é fundamental se informar sobre como usar o seu sling, de acordo com o seu modelo.


Usar sling é muito seguro, basta se informar sobre como fazer isso e não esquecer de ter os mesmos cuidados que teria ao carregar um bebê nos braços.





Fonte:
www.slingando.com
www.slingseguro.wordpress.com
http://www.pediatriaemfoco.com.br/posts.php?cod=220&cat=2



terça-feira, 14 de maio de 2013

Lá no Bazar Coisas de Mãe

Sábado, 11 de maio, véspera de dia das mães, eu participei pela primeira vez do Bazar Coisas de Mãe como expositora, porque como visitante já tinha ido umas vezes.
Todo mês acontece esse bazar feito por mães (e pais e filhos) empreendedoras que conciliam trabalho com criação ativa dos filhos. 
Sempre tem muitas coisas (e pessoas) lindas e criativas em um clima delicioso no SESC Cacupé, um lugar incrível em Floripa com área verde, parquinhos, brinquedoteca, cineminha...